terça-feira, 8 de julho de 2008

Crescendo com a empresa

por Paulo Kretly

Muitos pensam que para ser empreendedor é preciso abrir seu próprio negócio. Mas essa é uma visão restrita do conceito de empreendedorismo. Uma pessoa empreendedora é aquela que põe em execução, que realiza. E para isso, ela deve expressar três características fundamentais:

1. Encontrar uma solução original para um problema ou melhorar de forma inovadora algo que já existe.
2. Perceber as oportunidades surgidas a partir dessa solução ou melhoria e explorá-las.
3. Potencializar o crescimento que poderá advir dessas oportunidades por meio do planejamento e da organização.

Existem várias formas de expressar essas características. Alguns podem fazê-lo abrindo o seu próprio negócio. Outros optam por colocar seu talento empreendedor a serviço da instituição em que trabalham – são os chamados intra-empreendedores. Seu objetivo é fazer a empresa crescer e, nesse processo, eles crescem com ela.

Existem funcionários cuja única preocupação é fazer o mínimo necessário para manter seus empregos. Mas também há aqueles dispostos a empregar todo o seu talento e potencial em prol da organização em que trabalham e, conseqüentemente, em seu próprio benefício. Um funcionário sem espírito empreendedor pensa: “Não sou pago para isso”. Já o intra-empreendedor pensa: “Não sou pago para isso. Mas vou ser”.

Exemplo de sucesso

Há uma história que ilustra muito bem o que é o intra-empreendedor – e onde ele pode chegar. Certa vez, Earl Dickson, um funcionário da Johnson & Johnson norte-americana, estava preocupado com sua esposa, que costumava se cortar com freqüência ao cozinhar.

Disposto a facilitar a vida dela, Dickson decidiu criar um curativo de fácil aplicação, que ela mesma pudesse colocar sobre o ferimento. A esposa elogiou sua invenção, que era muito mais prática e confortável que os antigos curativos. Então, Dickson apresentou sua idéia aos executivos da empresa.

Ela foi aprovada e, em pouco tempo, começou a ser comercializada com o nome de band-aid. A invenção de Dickson é até hoje um dos produtos mais rentáveis da Johnson & Johnson. E o criativo funcionário recebeu sua recompensa, ganhando diversas promoções ao longo de sua carreira. Ao se aposentar, em 1957, ele já era vice-presidente.

No entanto, também é possível ser um intra-empreendedor sem ter de inventar nenhum produto genial. Basta usar a criatividade para tornar seu trabalho mais eficiente; tomar iniciativas, em vez de se acomodar; e assumir responsabilidades, em vez de fugir delas. Sabe aquele funcionário que costuma se fazer de morto cada vez que um novo desafio é proposto? Ele com certeza não é um intra-empreendedor.

matéria incluída em: 02/06/2008

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